27 de jun | 5 min para ler
Plano de saúde está sem vaga para terapia TEA, e agora?
A busca por vagas de terapia TEA pelo plano de saúde é uma das maiores angústias de pais e responsáveis por crianças com transtorno do espectro autista. Mesmo com prescrição médica e laudos detalhados, muitos planos de saúde informam que não possuem vagas em clínicas ou profissionais credenciados para iniciar o tratamento.
Essa alegação, apesar de comum, não pode ser utilizada como justificativa legal para omitir o custeio da terapia TEA pelo plano de saúde. A recusa ou a demora na prestação do tratamento essencial pode e deve ser judicialmente contestada.
Neste artigo, vamos explicar os direitos garantidos por lei, os argumentos jurídicos utilizados na Justiça e como os beneficiários podem garantir o início imediato da terapia.
Plano de saúde está sem vaga para terapia TEA, e agora?
A busca por vagas de terapia TEA pelo plano de saúde é uma das maiores angústias de pais e responsáveis por crianças com transtorno do espectro autista. Mesmo com prescrição médica e laudos detalhados, muitos planos de saúde informam que não possuem vagas em clínicas ou profissionais credenciados para iniciar o tratamento.
Essa alegação, apesar de comum, não pode ser utilizada como justificativa legal para omitir o custeio da terapia TEA pelo plano de saúde. A recusa ou a demora na prestação do tratamento essencial pode e deve ser judicialmente contestada.
Neste artigo, vamos explicar os direitos garantidos por lei, os argumentos jurídicos utilizados na Justiça e como os beneficiários podem garantir o início imediato da terapia.
O que é a terapia TEA?
A terapia para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve um conjunto de abordagens multidisciplinares indicadas conforme a avaliação médica e psicológica da criança. Dentre os tratamentos mais comuns estão:
- Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
- Terapia Ocupacional
- Fonoaudiologia
- Psicologia comportamental
- Psicopedagogia
Essas terapias, em conjunto, são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, comportamental, motor e social de crianças com autismo.
E mais: a recomendação médica normalmente prescreve frequência elevada — muitas vezes entre 10 a 40 horas semanais — para alcançar resultados efetivos.
Planos de saúde são obrigados a custear a terapia TEA?
Sim. A terapia TEA pelo plano de saúde é obrigatória sempre que houver prescrição médica. A negativa com base na ausência de vagas em rede credenciada é considerada uma omissão ilegal e abusiva.
A Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98), o Código de Defesa do Consumidor e a própria Constituição Federal asseguram o direito ao tratamento indicado para preservação da saúde física e mental do paciente.
Inclusive, desde 2022, a Lei Romeo Mion (Lei nº 14.254/21) reconhece e fortalece a obrigatoriedade de cobertura dos tratamentos do espectro autista por parte dos planos de saúde.
E se não houver vaga na rede credenciada?
A ausência de vaga na rede credenciada não exime a operadora do plano de saúde de fornecer o tratamento. Quando isso ocorre, o plano deve:
- Reembolsar integralmente o tratamento feito em rede particular (quando comprovada urgência e indisponibilidade na rede credenciada).
- Autorizar imediatamente o atendimento fora da rede, mesmo sem credenciamento formal.
- Disponibilizar vaga ou profissional equivalente no prazo máximo de 10 dias úteis, conforme determinação da ANS.
Se nenhuma dessas alternativas for cumprida, é possível ajuizar uma ação judicial para exigir o início imediato da terapia TEA pelo plano de saúde, com pedido de liminar.
A jurisprudência é favorável ao beneficiário
Os tribunais têm reconhecido sistematicamente que a ausência de vaga não pode prejudicar o tratamento de crianças com TEA. Juízes de todo o país concedem liminares obrigando os planos de saúde a custearem a terapia fora da rede credenciada, com reembolso integral.
Em casos analisados por nossa equipe, conseguimos decisões que determinaram o início do tratamento em 48 horas, sob pena de multa diária.
A Justiça tem interpretado que a negativa de início imediato da terapia TEA pelo plano de saúde compromete o desenvolvimento da criança e infringe direitos fundamentais.
O que fazer em caso de recusa ou espera excessiva?
Se o plano alegar que não há vaga para terapia TEA, siga estes passos:
1. Solicite a negativa formal
Peça que a operadora informe, por escrito, a razão da recusa. Exija que conste o nome dos profissionais ou clínicas supostamente consultadas e os prazos indicados.
2. Reúna a documentação médica
Tenha em mãos a prescrição médica indicando a terapia TEA pelo plano de saúde, o número de sessões semanais, e a urgência do tratamento.
3. Pesquise clínicas particulares
Se possível, localize clínicas capacitadas e solicite orçamento para iniciar o tratamento fora da rede. Isso ajuda a fundamentar eventual pedido de reembolso.
4. Busque apoio jurídico
Advogados especializados podem ingressar com ação judicial, com pedido de liminar, para garantir o início imediato da terapia TEA pelo plano de saúde.
Negativa pode gerar indenização
Além da obrigação de custear a terapia, o plano de saúde pode ser condenado a indenizar os danos morais causados à criança e à família.
A recusa injustificada de tratamento essencial, principalmente em casos que envolvem transtornos do neurodesenvolvimento, tem sido entendida como conduta abusiva e desumana.
Se for comprovado que a demora causou regressão no quadro clínico, atraso no desenvolvimento ou angústia psicológica relevante, o Judiciário pode fixar valores de indenização.
A rede própria não comporta a demanda? O problema é do plano
É importante lembrar: o problema de estrutura interna da operadora não pode ser repassado ao consumidor. A ANS exige que o plano possua rede compatível com a cobertura ofertada. Se isso não ocorre, a responsabilidade recai sobre o plano.
A alegação de “falta de vagas” não exime o plano de saúde de autorizar o tratamento fora da rede. O direito à saúde é superior a cláusulas contratuais ou limitações administrativas.
A urgência do início da terapia
Crianças com TEA precisam de intervenção precoce e intensa. Cada semana de atraso pode representar perda de estímulos importantes e retrocesso no desenvolvimento.
A Justiça reconhece essa urgência. Por isso, não é raro que liminares sejam concedidas em 24 a 72 horas, determinando o início imediato da terapia TEA pelo plano de saúde.
Nosso escritório pode ajudar
O Delgado Azevedo Advocacia é especialista em ações contra planos de saúde, com histórico de vitórias importantes para famílias de crianças com TEA.
Nossa equipe atua de forma ágil, segura e estratégica para garantir o direito à terapia TEA pelo plano de saúde. Sabemos como estruturar pedidos de liminar eficazes e como reunir os documentos certos para fundamentar o processo.
Se você está enfrentando essa negativa, fale com nossos advogados. Estamos aqui para ajudar
Conclusão
Quando o plano de saúde diz que não há vaga para terapia TEA, isso não significa que você deve esperar. A terapia TEA pelo plano de saúde é um direito garantido, e a ausência de vaga não exime o plano de cumpri-lo.
Negativas injustificadas, atrasos excessivos e omissões são abusos que podem ser combatidos com apoio jurídico especializado. Não aceite que seu filho perca tempo precioso em seu desenvolvimento. A Justiça pode — e deve — intervir.
Conte com o Delgado Azevedo para garantir esse direito. A saúde do seu filho não pode esperar.
Dúvidas
Para quaisquer dúvidas ou necessidades de orientação legal, entre em contato com nossa equipe.
Nossos profissionais especializados estão à disposição para ajudá-lo a conseguir uma decisão judicial favorável de forma rápida e eficaz.Leia também nosso outro artigo sobre liminar contra plano de saúde.
Time de advogados especialistas em plano de saúde da Delgado Azevedo Advogado.
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